domingo, 26 de julho de 2009




DROGAS

Aspectos Relevantes da Questão das Drogas

Conceito

Em todas as sociedades sempre existiram "drogas". Entendem-se assim produtos químicos ("psicotrópicos"ou"psicoativos"), de origem natural ou de laboratório, que produzem efeitos, sentidos como prazeirosos, sobre o sistema nervoso central. Estes efeitos resultam em alterações na mente, no corpo e na conduta.
Na verdade, os homens sempre tentaram modificar o humor, as percepções e sensações por meio de susbstâncias psicoativas, com finalidades religiosas ou culturais, curativas, relaxantes ou simplesmente prazeirosas.
Estudos têm demonstrado diferentes motivações para o uso de drogas: alívio da dor, busca de prazer e busca da transcedência são razões encontradas nos diversos grupos sociais ao longo da história.
Produtos antigos ou recentes, legais ou ilegais, conheceram novas formas de fabricação e comercialização, indo ao encontro de novas motivações e novas formas de procura. Hoje, diante da diversidade de produtos, é fundamental o conhecimento do padrão de consumo e efeitos das substâncias psicoativas, já que o uso e abuso de drogas representa uma questão social complexa.
Os fatores de risco para uso ou abuso de drogas
Quanto aos fatores de risco relacionados ao abuso de drogas, eles são maiores para certas pessoas, em função das suas condições de vida.
Assim, são mais inclinadas ao uso as pessoas:
· sem informações adequadas sobre drogas e seus efeitos;
· com uma saúde deficiente;
· insatisfeitas com sua qualidade de vida;
· com problemas psicológicos que possam torná-las vulneráveis ao abuso de drogas;
· com fácil acesso a drogas.
Problemas relacionados ao uso de drogas surgem, de fato, de um encontro entre três fatores básicos. Operando juntos, eles provocam as rupturas acima mencionadas que podem levar à dependência. São eles:

· droga, o "produto" e seus efeitos;
· a pessoa, a personalidade e seus problemas pessoais;
· a sociedade, o contexto sócio-cultural e econômico, suas pressões e contradições.
O consumo de drogas não se deixa dissociar da procura de prazer: pode tornar-se problemático precisamente por ser prazeiroso. Este prazer pode resultar de sensações de bem-estar, ou euforia ("barato"), de força, poder, leveza ou serenidade, ou ainda, da ausência de dor ou de memória.
A procura de bem-estar e prazer é natural, fazendo parte da vida de todos; o problema consiste em querer buscá-los usando drogas.


Dependência


Quando se precisa de tais meios artificiais, significa que há algo errado consigo mesmo ou nas relações com os outros. Recorrer a produtos químicos continuadamente apresenta-se então como uma saída possível, como se elas fossem uma "poção mágica" contendo a "solução". Na falta do produto ao qual a pessoa se acostumou, ela é invadida por sensações ou "sintomas" penosos, indo de nervosismo, inquietação ou ansiedade ao impulso de obtê-lo de novo, a qualquer custo. Este estado chama-se dependência.
O dependente de drogas deve ser considerado como um doente. Este necessita de ajuda e tratamento para entender as razões de seu abuso e iniciar sua reinserção social.
Distingue-se a dependência física da dependência psíquica.

Dependência física


A dependência física ocorre quando o organismo acostuma-se à presença do produto, sendo que a sua falta provoca os sintomas da síndrome de abstinência (p.ex. delirium tremens, no alcoolismo). Enquadram-se produtos como o álcool, a nicotina, os produtos derivados do ópio.

Dependência psíquica ou vício


A dependência psíquica instala-se quando a pessoa se acostuma a viver sob os efeitos de um produto psicoativo.
Ela é dominada então por um impulso, quase incontrolável, de se administrar a droga com freqüência, para não experimentar o mal-estar da falta, conhecido como "fissura".
Significa, portanto, o apego da pessoa àquele estado de bem-estar.
Diante da complexidade de diferenciar os dois tipos, a OMS recomenda hoje falar apenas dependência, caracterizada (ou não) pela síndrome de abstinência .
Escalada
Chama-se escalada a passagem de um consumo ocasional a um uso intenso ou contínuo (escalada quantitativa), ou ainda a mudança de um uso de produtos "leves" para outros considerados "pesados " (escalada qualitativa). É importante assinalar que o produto psicoativo pode criar dependência, em função do modo de usar, do contexto e da personalidade.
Assim, a evolução para a escalada não é nem automática nem irreversível.


Tolerância

Fala-se de tolerância quando o organismo reage à presença de uma substância psicoativa através de um processo de adaptação biológica. Ele o incorpora em seu funcionamento de modo a responder cada vez menos ao produto.
Logo, para obter os mesmos efeitos, é necessário aumentar a dosagem. Esta elevação, comparável à escalada quantitativa, aumenta os riscos de uma superdosagem ("overdose"), capaz de provocar morte súbita por parada respiratória ou cardíaca, como no abuso da cocaína, por exemplo.

Tipos de usuários de drogas
É útil distinguir vários tipos de usuários de drogas, segundo critérios científicos, para desfazer o preconceito de que todo usuário seja "viciado" ou "marginal". Assim, a UNESCO distingue quatro tipos:


experimentador: limita-se a experimentar uma ou várias drogas, em geral por curiosidade, sem dar continuidade ao uso;

usuário ocasional: utiliza uma ou várias substâncias, quando disponível ou em ambiente favorável, sem rupturas nas relações afetivas, sociais ou profissionais;

usuário habitual ou "funcional": faz uso freqüente, ainda que controlado, mas já se observam sinais de rupturas;


usuário dependente ou "disfuncional" (toxicômano, drogadito, dependente químico):vive pela droga e para a droga, descontroladamente, com rupturas em seus vínculos sociais, podendo haver marginalização e isolamento.


O uso de drogas, portanto, não leva automaticamente a estados de dependência. Passa-se ao abuso com a perda de controle sobre o uso, em conseqüência de certas dificuldades ou fatores de risco, que variam de pessoa para pessoa, do contexto social e familiar. A compreensão dessas dificuldades e dos fatores de risco é crucial na ajuda ao dependente de drogas.


Relebrando conceitos importantes;

Origem da palavra: droga vem da palavra droog (holandês antigo) que significa folha seca. Isto porque, antigamente, a maioria dos medicamentos era à base de vegetais.

Droga: qualquer substância que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento.

Droga psicotrópica: é aquela que atua sobre o cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo.
Medicamento ou fármaco: é a droga que atuando em organismos vivos, provoca efeitos benéficos ou úteis.

Tóxico: é a droga que administrada em organismos vivos produz efeitos nocivos.

Estimulantes: são as drogas que aceleram o funcionamento do cérebro. Ex: Anfetaminas; Cocaína; Cafeína.

Depressores ou inibidoras: são drogas que diminuem a velocidade de funcionamento do cérebro. Ex: Álcool; Hipnóticos não barbitúricos; Barbitúricos; Ansiolíticos; Narcóticos; Solventes (inalantes); Opiáceos.

Perturbadores ou alucinógenas: são drogas que alteram o funcionamento do cérebro. Ex: Derivados indólicos , da maconha; LSD-25

Definições Importantes




Tolerância: ocorre quando é necessário um aumento da dose da droga para a obtenção do mesmo efeito inicial ou após uma mesma dose o efeito é menor.

Dependência: é uma síndrome bio-psico-social manifestada por um padrão de comportamento no qual a procura e uso da droga tem uma prioridade extrema sobre outros comportamentos anteriormente valorizados.


Síndrome de abstinência: é um conjunto de sinais e sintomas contrários aos da droga que ocorrem quando uma pessoa pára abruptamente de consumir a droga que utilizava constantemente e que o organismo já estava adaptado.

Delírio: compreensão e raciocínio errados da situação ou do ambiente(objetos e pessoas).

Alucinação: percepção sensorial( tátil, olfativa, auditiva, visual) falsa que ocorre na ausência de um estímulo concreto.

Ilusão: é uma confusão e uma distorção de percepções e estímulos.


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